A SUA CURA É O OUTRO...

28 maio, 2009

Os caminhos do coração humanos são indecifráveis...
Você vê gente sofrendo de tudo, e vivendo como se tudo fosse normal. Você, por outro lado, vê gente sofrendo de nada como se sofresse de tudo...
Na realidade, cada vez mais, minha experiência vai mostrando que não há escolas psicológicas capazes de atender a cada alma humana.
De fato, cada alma demanda uma psicologia pessoal e particular...
Não dá pra dizer que Freud explica quase nada...
Freud explica a si mesmo..., e olhe lá...
Sua Psicanálise é auto-analise, por mais “cientifico” que ele pretendesse ser, posto que por mais isento que fosse, a “ciência” que ele praticava só poderia ser verificada a partir dele mesmo, não apenas de sua interpretação, mas de sua própria/particular/existencial experiência psicológica.
Há pessoas que me procuram com crises de contornos “freudianos”. Para tais pessoas Freud parece funcionar bem... Outras, porém, nada têm a ver com o que o Freud pressupôs houvesse em todo homem, sem que haja...
Nesses casos, tateio até ver a “porta de entrada” da pessoa, e, frequentemente, verifico que tal “entrada” não existe nas matrizes das linhas psicológicas clássicas ou pedagógicas, e, portanto, demanda uma psicologia singular, tecida entre você e a pessoa, até que o sistema esteja mais ou menos visível e, portanto, discernível.
Em outras palavras: tem que ser como Jesus praticava...
A “psicologia” de Jesus era simples e se servia das metáforas que as pessoas traziam ou compreendiam. Tudo, porém, tinha ver com “aquela” pessoa, e não com uma matriz psicológica universal.
Assim, com Jesus não há padrões... O padrão é o individuo...
Desse modo, cada pessoa demanda uma psicologia singular, por mais que os modelos psicológicos possam ajudar aqui e ali. No entanto, depender exclusivamente deles é pura tolice...
O modelo de Paulo, a confrontação, é o que vejo que melhor ajuda as pessoas, pois, de fato, trata-se de um método não metódico, é que busca discernir a essência da questão, e trata dela cara a cara, sem medo de afirmar, de indagar, de sugerir, de provocar, de perturbar mesmo... — até que a verdade vá aparecendo, e, assim, a pessoa vá se enxergando e tomando as decisões práticas quanto a debelar o vício do sintoma como mal a ser tratado como causa... sem que o seja.
Os pudores psicológicos atrasam em demasia a cura das pessoas...
Vejo pessoas oito, dez, doze anos em um terapeuta, ruminando os mesmos bagaços, pagando caro para serem ouvidos sem que isto deslinde qualquer coisa em seus interiores, até que chegue o dia da verdade...
Então, sem pudor, atendo a tais pessoas; algumas já sabem tudo de tudo, até mais que a maioria dos psicólogos, de tão profissionais como clientes que vieram a se tornar...
A surpresa para elas é que o que durara anos, por vezes em uma, duas, três semanas, ou em poucos meses, cede...; e, então, começa a abrir o espaço interior para que, pela via da confrontação, a pessoa comece a parar de chocar seus quase/dramas; e, assim, sem pena de si mesmo, sem transferências de nada para ninguém, sem auto-piedade ou auto-comiseração, o individuo comece a reagir; e, em não muito tempo, comece a ficar perplexo com os resultados...; sem saber a razão de não ter que ser um processo necessariamente tão longo e demorado no atingimento dos desejados resultados...
Na realidade o que a maioria das pessoas necessita é do encaramento na e da verdade!
Noto o despreparo brutal da maioria dos chamados profissionais de Psicologia. Alguns nada dizem apenas porque não têm mesmo o que dizer... Outros gostam da lentidão... Ela é lucrativa... Há ainda os que são tão doentes que fazem psicologia para se distraírem de si mesmos ouvindo os outros... Mas poucos há com consciência do que seja a ajuda que as pessoas precisam...
Ora... isto sem falar naqueles que são pagos apenas para consentirem com o devaneio do individuo...
São os Psicólogos do “vamos que vamos”...
Sim, você o paga apenas para que ele diga que você tem razão em soltar todas as frangas e todos os bichos do seu zoológico particular...
No meio disso tudo, há alguns profissionais da psicologia que são de fato muito bons, embora poucos.
O que me ressinto mesmo é do fato que se houvesse entendimento do Evangelho, e amor e limpidez de propósitos, todo verdadeiro pastor de almas naturalmente seria um psicólogo.
Mas quase não há tal coisa... A maioria dos pastores está tão perdida que nem mesmo dá conta de sua própria alma, quanto mais da dos outros!...
A receita de cura de Isaías é simples [cap.58]: liberte os oprimidos, quebre cadeias nos outros, franqueia a vida ao próximo, não fuja dele; e mais que isto: abra a sua própria alma com o aflito [deslocando o foco do “si-mesmo” para o outro] — pois, então, se diz: A tua cura brotará sem detença!...
A melhor terapia desta vida sempre será o serviço em amor!
Quem se esquece de si e arranja olhos para a vida, em geral ficará curado enquanto limpa feridas e cuida de angustias alheias...
Aquele, porém, que apenas cuida de si mesmo, de suas supostas dores, e concentra-se exclusivamente em sua angustia como elemento pivotal da existência universal, esse pode contratar o melhor psicólogo para que lhe ande a tira-colo, pois, ainda assim, jamais ficará curado...
Ninguém sabe em que espírito o Samaritano vinha sem seu caminho... Entretanto, pouco importa se ele vinha cantando, alegre, feliz e grato, ou se vinha sofrendo, angustiado e infeliz... Sim, o que importa é que ele olhou para o outro, o outro pior do que ele, o outro sem autodeterminação, caído no caminho... E mais: fez isso sem que importasse quem ele ou o outro fossem um para o outro...
Sem que fosse significativo como o Samaritano estivesse se sentindo, o que valeu foi o ato, foi o feito, foi a parada e o levantar do homem...
Sim, o importante não era a subjetividade, mas a objetividade da decisão...
Digo isto hoje porque vejo que muitos dos que me escrevem jamais ficarão curados enquanto não se esquecerem de si mesmos, e, enquanto não transformarem sua auto-vitimização em ação pró-ativa em favor da vida...
Pense nisto; e pare de lamber adoecidamente as suas próprias feridas...

Nele, que nos cura pela verdade e pela prática do amor voltado para aquele que vemos..., e que carece de graça e cuidado,

Caio
28 de maio de 2009


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O MELHOR INVESTIMENTO DA VIDA É A VIDA!

14 maio, 2009

O Sentido da Vida, que é o ensino do Evangelho antes mesmo de existirem os Quatro Evangelhos — afinal, o Evangelho é eterno — sempre indicou na direção da Vida como entrega, como dádiva, como sacrifício e como morrer vivificante.

E assim é com tudo o que seja vida...

A Natureza dá testemunho diário de seu investimento de entrega e de morte ao ciclo da vida.

Natureza é isso: vida servindo a vida!

Entretanto, no Evangelho, tal entrega é espontânea e é consciente. Por isto se diz que é para que lancemos o nosso próprio pão, loucamente, sobre as águas, a fim de que alimentemos voluntariamente o rio que nos abençoa com água e peixe.

E mais; ainda se completa afirmando que tal dádiva, depois de muitos dias, sempre em um longe oportuno, volta para nós, e retorna nosso investimento feito às cegas, na mera alegria de dar à vida mais vida.

Jesus disse que o caminho para receber é dar.

Disse que é muito melhor dar do que receber.

Disse que o grande privilégio deve sempre ser ter podido dar.

Disse também que a devolução de nossas dádivas de amor, acontece sempre de um modo exagerado, embora nós nem sempre saibamos como a medida sacudida, recalcada e transbordante virá; com que forma nos visitará; embora saibamos que será sempre na melhor hora.

E em tal ato de dar se deve ter também o mesmo sentimento que houve também em Jesus.

Ora, Jesus nunca disse que deu nada!

Sim, não há uma única propaganda Dele sobre Ele!

Ele apenas diz que é para não andar ansioso de nada, que é para buscar o Reino de Deus, que é o Evangelho vivido; e que tudo o mais nos seguiria como bondade e misericórdia todos os dias de nossas vidas.

E mais:

Ele disse que a vida Dele ninguém tirava Dele. Ele a doaria. Sim, pois doação arrancada não gera o fluxo da vida.

A Sabedoria, todavia, diz: Lança o teu pão sobre as águas, pois, depois de muitos dias, o acharás.

Portanto, trata-se de uma decisão voluntária.

Uma decisão alegre de ofertar ao rio da vida o pão do nosso labor como gratidão, confiança e fé.

Nele, com fé,

Caio

11 de maio de 2009




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Amor é graça

06 maio, 2009

“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rm 5:8

Arnaldo Jabor tem uma frase de uma de suas crônicas que eu gosto muito. Diz o seguinte:

"Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso".

Ouvi-o dizer isso no radio e desde então não me esqueci. Acho que acrescentou ao texto original essa frase pois quando procuramos na internet essa crônica nem sempre ela aparece. Como aqueles acréscimos encontrados nos textos bíblicos essa frase parece ter a intenção de sumarizar ou explicar o que foi dito, mas acaba sendo de uma profundidade que transcende o próprio texto.

Minha formação cristã me levou ao livro de Romanos, pois acho particularmente que o que Paulo diz ali vai de encontro a necessidade de amor do homem exposta por Jabor. Lá é dito que Deus nos amou quando éramos ainda pecadores. Deixamos de ser por conta do seu amor? Não no sentido de que a nossa natureza carnal que tende ao pecado tenha se extinguido mas que foi plantada em nós uma nova natureza, conforme é dito em II Pe 1:4, que nos faz buscar o amor como retribuição a quem nos amou primeiro. Mas quando ele nos amou não o amávamos assim. Não queríamos saber dele. Amávamos o pecado e as nossas próprias paixões. Hoje, isto é, aquele que está em Cristo não vive para si mas se alegra em viver para aquele que a vida foi oferecida em nosso lugar. Em outras palavras não temos mais alegria no pecado mas em fazer a vontade de Deus. Se pecamos, e esta consciência é nos dada pelo Espirito que em nós habita, nos entristecemos e nos arrependemos de imediato. Caímos mas logo nos levantamos pois temos como alvo a estatura do varão perfeito a ser atingida. Ele é o nosso modelo. E assim o cristão vive pela fé.

Tudo isso é conhecido e ensinado nas boas igrejas. O que as vezes não se percebe é que Deus está nos mostrando como se ama ao nos amar assim.

É relativamente fácil decidir amar quem nos ama também, quem admiramos, estamos apaixonados, quem nos sacia a fome de amor que todos temos. Amar a Deus depois da sua imensa demonstração de amor, quando nos conscientizamos disso, fica relativamente fácil. Daí Paulo nos dizer que o amor de Cristo nos constrange. Por isso nos revoltamos ou questionamos a Deus quando a calamidade, a tragédia, ou mesmo perdas de qualquer tipo batem à nossa porta, pois o nosso amor e gratidão dependem muito do que recebemos de quem amamos, e nesse caso, atribuímos a Deus todas essas coisas, mesmo que isso não seja completamente verdade.

Agora amar quando não somos amados, amar quem nos vira as costas, quem nos troca por outros (como no caso dos ídolos, coisa que acontece desde o antigo testamento), aí temos a descrição exata do amor com que fomos amados e com o qual Deus nos incentiva amar, dentro das nossas limitações e fraquezas.

Não é fácil, mas é o desafio daquele que entende e quer viver o verdadeiro amor.

Esse amor transforma quem ama e quem é amado e nada tem a ver com as nossas paixões egoístas. É preciso ter coragem para vivê-lo pois o risco da dor e da incompreensão é inevitável.

Não falo aqui de romance ou paixão que são, como falei, em si egoístas e só funcionam sob a égide da posse, da troca e do ciúme. A bíblia fala desse amor em Cantares, por exemplo, sendo este o amor dos casais. Mas falo do amor cuja segurança está no fato de se bastar e não depender do retorno de quem se ama. Se ama por e de graça!

Se esse amor fosse forte em nós as nossas relações e sentimentos seriam contagiados pelo mesmo.

Ilusão, utopia? Não, evangelho!

Sejamos cheios desse amor. Sejamos cheios de Deus e que ele nos ensine a amar!

Ido




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